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Recentemente em Copacabana, RJ, um acidente em que várias pessoas foram
feridas e um bebê morreu após serem atingidas por um veículo chamou muita
atenção. O carro subiu o calçadão e a ciclovia, que estavam lotados no momento
do atropelamento. Este acontecimento foi muito comentado, não só pela
gravidade, mas porque o motorista informou que perdeu o controle após ter tido
uma crise convulsiva, pois é epiléptico. Isso levantou a discussão se um
paciente epiléptico pode dirigir. No Brasil, a legislação permite desde que a
pessoa esteja com as crises controladas, sendo necessário um relato médico
informando isso. Em outros países, essa situação não é permitida. Mas qual é a
relação da epilepsia com bicicleta? Este texto é para chamar a atenção para
algo importante, que todos nós deveríamos saber.
A epilepsia é uma doença complexa, com múltiplas causas e diversos tipos.
O tipo mais conhecido da doença é o caso em que ocorrem as convulsões. Durante
uma convulsão o paciente perde a consciência e o controle sobre os músculos.
Isso deve ter acontecido no caso do atropelamento em massa em Copacabana. Porém,
geralmente os ataques epilépticos não são do tipo convulsão, mas sim mais
leves, e o paciente não chega a perder a consciência durante o ataque. Quem tem
epilepsia pode pedalar. Os motivos são vários: andar de bicicleta melhora o
nosso condicionamento físico e reduz o estresse, é prazeroso e ajuda na
interação social. Esses fatores contribuem para o controle das crises. Além
disso, o ato de pedalar provoca uma estimulação no nosso cérebro que pode
inibir o surgimento das crises. Assim, ter uma crise andando de bicicleta é
muito pouco provável. Tendo em mente todos esses benefícios, é importante
estimular os pacientes epilépticos a pedalar, e para isso três coisas devem ser
levadas em conta:
1 - Esclarecer para o paciente os benefícios
de andar de bicicleta, e que eles também podem desfrutar destes
2 - Não ter preconceitos com pessoas que
lidam com essa doença, mas sim envolve-las em atividades, como convidar para um
pedal de fim de semana.
3 - Melhorar as vias para o uso de
bicicletas, com mais ciclovias e educação no trânsito, para que possa haver um
compartilhamento seguro das vias.
O Dia Internacional da Epilepsia é 12 de fevereiro, e 26 de março é o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia. Este último é conhecido como “Purple Day”, ou Dia Roxo. Este dia foi criado por uma criança canadense, Cassidy Mega, em 2008, e hoje é comemorado em todo o mundo. Cassidy disse que escolheu a cor roxa para representar a epilepsia por causa da cor da flor da lavanda.
O motivo
é que esta flor é frequentemente associada com a solidão, representando os
sentimentos de isolamento que os pacientes com epilepsia sentem. É nossa
tarefa, ciclistas de todo o Brasil, não só divulgarmos o quanto a bicicleta faz
bem para a saúde dos epilépticos, mas também perder o preconceito e convidá-los
para se juntarem a família dos ciclistas do Brasil. Seria interessante, por
exemplo, uma pedalada no dia 26 de março, para contribuirmos com o fim da
solidão dos quase 250 mil epilépticos do Brasil.
Autor: | Data: 13 de jul de 2018
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